A Bienal Mineira do Livro superou as expectativas dos organizadores logo no primeiro fim de semana. Dezessete mil pessoas aram pelo evento no Centerminas Expo, no Bairro União, no último sábado (3/5). O número se repetiu no dia seguinte e cresceu ao longo da semana, quando o festival ou a receber, diariamente, 20 mil alunos das redes municipal e estadual de ensino.


Entre os nomes de destaque presentes estavam o angolano Ondjaki, a cubana Teresa Cárdenas e as portuguesas Luísa Coelho e Isabel Milhanas Machado. Conceição Evaristo reuniu mil pessoas na Arena Rosiana durante a mesa-redonda “Escrevivência: Letra e voz abrindo nossas veredas”, enquanto Paula Pimenta distribuiu 257 autógrafos a jovens fãs, que enfrentaram uma fila com tempo médio de espera de duas horas.


Os integrantes da Academia Mineira de Letras (AML) Rogério Tavares, Luiz Giffoni, Ana Cecília Carvalho e Carlos Herculano Lopes prestaram homenagem à memória de dois autores mineiros de grande relevância, mas pouco lembrados nos últimos anos: Affonso Romano de Sant’Anna (1937-2025) e Benito Barreto (1929-2025).


Nesta sexta-feira (9/5), a Bienal entra em seu último fim de semana, mas a programação continua movimentada, com debates que propõem reflexões importantes. Um deles, “O olhar feminino da literatura mineira”, terá hoje a participação de Olivia Pilar e Carol Schneider. Outro, que aborda a literatura como ferramenta de resistência ao abuso sexual, contará com Érica Toledo, Luzia Inês e mediação de Rosana Mont’Alverne.


Ainda hoje, Fabrício Carpinejar falará sobre o tema “Perdoar não é ficar junto: é também se despedir”, e o escritor português António Andresen Guimarães participa da mesa “Quando a História se torna literatura”. Na ocasião, ele lançará a edição brasileira de seu livro “Cypriano Joseph da Rocha – Relato de uma vida entre Portugal e o Brasil na Idade do Ouro” (Krauss Editora), ensaio baseado em dezenas de cartas escritas por seu hexavô que dá nome ao livro, que deixou Lisboa em 1728 e veio para o Brasil.


Rapaziada

A programação de sábado terá Humberto Werneck, que participará da mesa “Aquele pessoal desatinado” – referência ao já clássico “O desatino da rapaziada”, de sua autoria – ao lado do escritor Jaime Prado Gouvêa e do jornalista e escritor Carlos Marcelo, diretor de Redação do Estado de Minas.


Bruno Meyerfeld e Maria Dolores, por sua vez, discutem “A arte de contar a vida” nas biografias.


“Está sendo bonito ver, principalmente, a criançada e os jovens se envolvendo, participando das mesas, das palestras e se interessando em levar livros que elas mesmas escolheram para casa. São sementes que a gente planta e espera que desabrochem no sentido do desenvolvimento do hábito de leitura”, afirma o coordenador-geral da Bienal, Felipe Mayrink.


Nesta edição, o homenageado é Guimarães Rosa – os espaços destinados às mesas-redondas, aliás, receberam nomes inspirados em sua obra, como Arena Rosiana, Auditório Diadorim, Auditório Riobaldo, Espaço Nonada e Espaço Sagarana. No entanto, conforme relatado por um participante à reportagem durante visita ao evento, havia poucos clássicos da literatura nacional à venda nos estandes, e as próprias obras do autor homenageado eram difíceis de encontrar.


Segundo Felipe Mayrink, isso se deve ao esgotamento de vários títulos nos primeiros dias da Bienal. “Estamos tendo uma resposta muito positiva das editoras. Algumas obras se esgotaram logo no início, principalmente aquelas que dialogam mais diretamente com o público”, afirma.

Caê Restaurante Bar - Tilápia grelhada com salada de feijão e caldo de tucupi com camarão: uma releitura contemporânea para o jantar. Caê Restaurante Bar/Reprodução
Mais informações sobre os restaurantes participantes, menus e reservas estão disponíveis no site oficial: https://restaurantweek.com.br/ BHRW/Reprodução
Udon Mercure – Nirá salteado com pescado branco, flor de sal, pesto de huacatay e redução de tucupi: uma entrada que valoriza ingredientes amazônicos com elegância. Udon Mercure/Reprodução
Nonna Carmela - Salada de folhas verdes com vinagrete de lula e mexilhões, tomatinhos e azeitona verde picada: entrada leve e sofisticada, presente nos dois turnos. Nonna Carmela/Reprodução
Olegário - Pátio – Polpa de cupuaçu batida com leite condensado e creme de leite: uma sobremesa refrescante e autêntica, servida no almoço. Olegário - Pátio/Reprodução
Querida Jacinta – Cream cheese com chocolate branco e calda de açaí com pitada de canela: sobremesa do almoço que mistura doçura e leveza com um toque exótico. Querida Jacinta/Reprodução
Mudesto - Barro Preto – Steak de filé mignon grelhado ao molho de açaí com arroz de castanhas-do-Pará: combinação entre o sabor amazônico e a tradição mineira no jantar. Mudesto - Barro Preto/Reprodução
Ancho - Pirarucu na brasa com purê de mandioca, couve e redução de tucupi: o sabor do Norte do Brasil no prato principal do almoço. Ancho/Reprodução
Dirceu Restaurante e Botequim - Torresmo de barriga com vinagrete de abacaxi: um clássico de boteco com toque tropical, servido como entrada no almoço e jantar. Gilson Judice/Divulgação
Vino! Cidade Nova – Risoto de camarão com palmito pupunha e toque de agrião: prato principal do jantar que homenageia o jambu com sutileza. Suellen Perdigão/Divulgação
Bordô Gastrô Vino – Escalopes de filé mignon ao molho de buriti, acompanhados de nhoque com cogumelos frescos na manteiga de sálvia: prato principal criativo e aromático para o jantar. Julio Minchilo/Divulgação
A comida do Norte do Brasil é rica em sabores e ingredientes locais, como mandioca ( preparada de diversas formas, como farinhas, tucupi e tapioca), açaí, peixes de água doce, como tambaqui, pirarucu, dourado e filhote; frutas, como açaí, cupuaçu, graviola, muruci e taperebá; ervas, como chicória, cipó-alho, alfavaca, cúrcuma e jambu. BelemTur/Reprodução
As categorias disponíveis são: Tradicional, com valores entre R$ 54,90 (almoço) e R$ 69,90 (jantar); Plus, R$ 68,90 (almoço) e R$ 89,90 (jantar); e R$ 89 (almoço) e R$ 109 (jantar). BHRW/Reprodução
O festival reúne mais de 50 restaurantes, dos populares aos refinados, oferecendo menus completos a preços fixos e íveis. Os menus contam com entradas, pratos principais e sobremesas, por um único valor. BHRW/Reprodução
Até o dia 18 de maio, os sabores da região Norte do Brasil ganham protagonismo na capital mineira com a 27ª edição do BH Restaurant Week. Com o tema "Uma homenagem à região Norte do Brasil: Riqueza e Diversidade". BHRW/Reprodução


Ao longo dos oito dias de evento, a Bienal Mineira do Livro prevê movimentar aproximadamente R$ 40 milhões. “É o valor de impacto econômico”, diz o coordenador-geral. “Estimamos esse montante considerando efeitos diretos e indiretos: venda de livros, montagem de estandes, contratação de pessoal. É um evento que movimenta toda a economia.”

PROGRAME-SE


Mesa “O olhar feminino da literatura mineira”
(com Olivia Pilar e Carol Schneider)
Quando: Sexta (9/5), às 13h
Onde: Auditório Diadorim

Mesa “Na literatura também se diz não ao abuso sexual”
(com Érica Toledo, Luzia Inês e mediação de Rosana Mont’Alverne)
Quando: Sexta, às 15h
Onde: Auditório Diadorim

Mesa “Perdoar não é ficar junto: é também se despedir”
(com Fabrício Carpinejar)
Quando: Sexta, às 18h30
Onde: Arena Rosiana

Mesa “Quando a História se torna literatura”
(com António Andresen Guimarães)
Quando: Sexta, às 15h
Onde: Auditório Riobaldo

Mesa “Aquele pessoal desatinado”
(com Humberto Werneck, Jaime Prado Gouvêa e Carlos Marcelo)
Quando: Sábado (10/5), às 15h30
Onde: Auditório Diadorim

Mesa “A arte de contar a vida”
(com Bruno Meyerfeld e Maria Dolores)
Quando: Sábado, às 18h30
Onde: Auditório Diadorim


BIENAL MINEIRA DO LIVRO 2025
Até sábado (10/5), no Centerminas Expo (Av. Pastor Anselmo Silvestre, 1.495, 4º andar, União). Atividades diárias, a partir das 10h, divididas em três turnos: das 10h às 14h; das 14h às 18h; e das 17h às 22h. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e podem ser adquiridos no site da Bienal Mineira do Livro, onde a programação completa está disponível.

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