Feminicídios caem em MG, mas números absolutos ainda são elevados
Por outro lado, estupros e assassinatos no estado aumentaram: os dados são do Mapa da Segurança Pública, divulgado pelo governo federal
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Siga noOs feminicídios caíram 20,36% em Minas Gerais, ando de 167 vítimas em 2023 para 133 em 2024. Foi a maior redução registrada entre as 27 unidades federativas do país. No entanto, em números absolutos, o estado ainda figura em segundo lugar no ranking nacional desse tipo de crime, atrás apenas de São Paulo, onde 253 mulheres foram mortas no ano ado. É o que revela o Mapa da Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (11/6) pelo governo federal.
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Quando se toma por base a quantidade de feminicídios por grupo de 100 mil mulheres, porém, a ordem se inverte: com índice de 1,22, Minas Gerais aparece à frente de São Paulo, que registrou 1,07. Ainda assim, os números proporcionais dos dois estados estão abaixo da média nacional, que ficou em 1,34.
O estado brasileiro mais seguro para as mulheres, tanto em números absolutos quanto por amostragem, é o Amapá, onde apenas 2 crimes do tipo foram registrados em 2024, o que resulta em um índice de 0,50 por grupo de 100 mil indivíduos. Na outra ponta, Mato Grosso é, proporcionalmente, a unidade federativa com maior quantidade de assassinatos motivados por gênero, com 2,47 por 100 mil mulheres.
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O relatório mostra que, nacionalmente, o feminicídio permaneceu relativamente estável em 2024, com alta de 0,69% ante o ano anterior. O número ou de 1.449 para 1.459 casos, o total equivale a quatro vítimas por dia. Desde 2020, verifica-se um crescimento gradual no número absoluto de feminicídios no país.
O município com mais vítimas foi o Rio de Janeiro, com 51 casos registrados. Na sequência, estão: São Paulo (51), Manaus (16), Teresina (12) e Campo Grande (11).
Estupros
Por outro lado, os registros de estupros em Minas Gerais cresceram 7,85%: foram 5.330 casos computados em 2024, ante 4.942 em 2023. Por sua vez, a taxa por 100 mil mulheres, apesar de ter chegado a 25,00, também mais alta que a de 2023, que foi de 23,26, ainda é a segunda mais baixa do país. Apenas o Ceará tem um número proporcional mais baixo, de 21,96.
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Em todo o território brasileiro, a quantidade de estupros obedeceu a mesma tendência e oscilou 1,11% para cima, com 83.114 casos, ante 82.204 no período anterior. Foram 227 vítimas por dia, sendo 86% do sexo feminino. O índice nacional por grupo de 100 mil mulheres foi de 39,10 em 2024.
O Sudeste apresentou uma maior concentração de estupros em números absolutos, com 29.007 registros em 2024. Na análise de proporção em relação à quantidade de habitantes, o destaque foi a região Norte, que liderou com a maior taxa do país, de 62,44%, seguida pelo Centro-Oeste, com 57,73%.
Assassinatos
Minas Gerais apresentou o terceiro maior crescimento do país em números absolutos de homicídios dolosos. Os dados mais recentes apontam 2.853 assassinatos no estado, nada menos que 7,38% a mais que em 2023, quando os registros somaram 2.657 ocorrências.
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Apesar da alta expressiva, o índice de homicídios por grupo de 100 mil habitantes em Minas Gerais, que é de 13,38, ainda está abaixo da média nacional, de 16,64.
O número de homicídios dolosos no país, independentemente do sexo, caiu 6,33% em 2024, alcançando os 35.365 casos, o equivalente a 97 vítimas por dia. O Rio de Janeiro foi a cidade com o maior número de vítimas no ano: foram 1.053. Salvador (864), Fortaleza (864), Manaus (801) e Recife (583) vêm em seguida.
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No recorte por região, o Nordeste lidera, com 16.022 vítimas. Na sequência vêm Sudeste (9.274), Norte (4.249), Sul (3.451) e Centro-Oeste (2.369).
Já os casos de homicídio doloso com vítimas do sexo feminino caíram 8,78% nacionalmente, chegando a 2.422. Por outro lado, as tentativas de homicídio saltaram 16,10% e as lesões corporais seguidas de morte, 13,73%.
Tentativas de homicídio
Registros de tentativas de homicídio também cresceram significativamente em Minas Gerais: a alta foi de 33,08%, a quarta maior do país. Os números absolutos subiram de 412, em 2023, para 583, em 2024.
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A capital, Belo Horizonte, aparece na quarta posição do ranking de cidades com maior quantidade de tentativas de homicídio do Brasil, com 412 ocorrências. As primeiras posições, respectivamente, são ocupadas por Rio de Janeiro (1.409), São Paulo (768) e Recife (545).
Em todo o Brasil, as tentativas de homicídio subiram 7,47%, chegando a 40.874, o que equivale a 112 casos diários. As lesões corporais seguidas de morte também tiveram alta: de 593 vítimas em 2023 para 729 em 2024, um aumento de 22,93%.
Latrocínios
Já os latrocínios (roubos seguidos de morte) caíram nacionalmente. Foram 972 vítimas em 2023 e 956 vítimas em 2024. A redução de 1,65% - o total equivale a três vítimas por dia.
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Minas Gerais acompanhou a tendência de queda e, em 2024, registrou 26,98% menos latrocínios que em 2023. Em números absolutos, a redução foi de 63 ocorrências para 46.
Tráfico de drogas
O tráfico de drogas também se manteve estável de um ano para o outro, com pequena alta de 0,61%, para 182.951 ocorrências por dia. Em números absolutos, a pior situação foi em São Paulo (37.753). Minas Gerais (23.785), Rio de Janeiro (21.017), Rio Grande do Sul (16.573) e Paraná (13.343) vêm na sequência. (Com Folhapress)