
Henrique Cazes e Rogério Caetano dedicam álbum a Waldir Azevedo
Cavaquinista carioca e violonista goiano lançam "Eterna melodia" com 12 composições do mestre do chorinho, ídolo da dupla
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Siga noHomenagear Waldir Azevedo (1923-1980) é o objetivo do cavaquinista carioca Henrique Cazes e do violonista goiano Rogério Caetano com o álbum “Eterna melodia – Waldir Azevedo 100 anos” (Galeão). O repertório reúne 12 criações do mestre do cavaquinho, entre elas os clássicos “Pedacinhos do céu”, “Brasileirinho”, “Delicado” e “Carioquinha”.
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O duo tocou livremente as composições, caprichando na improvisação. “Eu e Henrique fizemos alguns arranjos, a gente procurou manter a música de Waldir viva e trazê-la para o cenário atual da música brasileira, principalmente a instrumental”, diz Rogério Caetano.
Junção
Só os dois participaram das gravações, realizadas com violão de sete cordas de aço e cavaquinho. “Há a sonoridade que Henrique criou no cavaquinho e eu no violão. A junção dos dois instrumentos ficou interessante”, afirma.
O “lado B” de Waldir Azevedo também faz parte do repertório, caso das faixas “Paulistinha”, “Atrevido” e “Quintandinha”. Rogério explica que esses temas “representam o chorinho antigo, que estamos trazendo de volta”.
Gravado ao vivo em dezembro de 2023, o álbum sai agora porque a dupla teve de se dedicar antes a outros lançamentos.
Tanto Caetano quanto Cazes têm forte relação com a obra de Waldir. Além disso, já haviam tocado juntos várias vezes.
“Fizemos apenas um primeiro encontro para definir o repertório”, relembra. A gravação ocorreu no Eco Som Estúdios, no Rio de Janeiro. “No dia, havia pelo menos 100 pessoas no estúdio. É um lugar que tem essa capacidade de público, onde a gravação é muito profissional”, conta Caetano.
Para o violonista, o choro está para o Brasil como o jazz está para os Estados Unidos. “O chorinho é a nossa identidade, a nossa verdade musical mais pura, mais genuína. Waldir era um grande artista e estamos felizes de fazer esta homenagem. Meu coração está em festa, porque aos 7 anos já tocava algumas coisas dele, meu primeiro ídolo na música”, revela.
A obra multifacetada de Azevedo, diz Caetano, traz a riqueza melódica do choro, o balanço do samba, o acento dançante do baião, o vibrato à portuguesa e sotaques caribenhos.
Waldir Azevedo chamou a atenção do mundo para a música brasileira. A canção “Delicado” ficou no top 10 da parada dos Estados Unidos, lembra o violonista.
“Ela estava entre as 10 músicas mais tocadas lá, o que não é para qualquer um. Além do mais, foi gravada por várias orquestras do mundo. Waldir colocou a música brasileira, principalmente a instrumental, em um patamar de reconhecimento internacional importante”, reforça.
O experiente duo também tem papel de destaque na música do Brasil. O cavaquinista Henrique Cazes é professor, compositor, produtor e arranjador. Filho do violonista e compositor Marcel Cazes, é irmão do percussionista Beto Cazes.
Violonista, arranjador, compositor e produtor, Rogério Caetano está entre os representantes da nova escola do violão de sete cordas no país.
Pioneiro por promover o cavaquinho a instrumento solo – até então, ele se limitava ao acompanhamento –, o carioca Waldir Azevedo nasceu em 1923 e morreu em São Paulo, em 1980, em decorrência de um aneurisma da aorta abdominal.
REPERTÓRIO
“Delicado”
De Waldir Azevedo
“Carioquinha”
De Waldir Azevedo
“Paulistinha”
De Waldir Azevedo
“Mágoas de um cavaquinho”
De Waldir Azevedo e Fernando Pires
“Quitandinha”
De Waldir Azevedo e Salvador Miceli
“Choro novo em dó”
De Waldir Azevedo
“Eterna melodia”
De Waldir Azevedo e Hamilton Costa
“Chorinho antigo”
De Waldir Azevedo
“Atrevido”
De Waldir Azevedo
“Vê se gostas”
De Waldir Azevedo e Otaviano Pitanga
“Pedacinhos do céu”
De Waldir Azevedo
“Brasileirinho”
De Waldir Azevedo
“ETERNA MELODIA – WALDIR AZEVEDO 100 ANOS”
• Álbum de Henrique Cazes e Rogério Caetano
• 12 faixas
• Galeão
• Disponível nas plataformas digitais